quarta-feira, 28 de setembro de 2011

PARIS - Uma cidade a ser descoberta aos poucos!

Groselhas na banquinha ao lado do hotel

Infelizmente não estou muito inspirado para escrever sobre a Cidade Luz. Talvez seja porque no dia do meu melhor almoço e melhor jantar, estava sem o meu celular/câmera. Fui furtado em plena Champs-Élysées. Todas as minhas fotinhas se foram. Snif

Mas ficou na memória um almoço típico parisiense, em um bistrô que ainda não foi descoberto pelos turistas, nas rebarbas de Saint Germain. O Le Reminet fica em uma ruazinha difícil de achar no mapa, 3 Rue des Grands Degrés, pertinho da Quai de Montebello. O menu do dia é sempre uma boa pedida e o preço é excelente. Outro lugar incrível, é um dos restaurantes do competente Alain Ducasse, o Aux Lyonnais. Não vá esperando glamour e sim um ambiente aconchegante e despretensioso para apreciar o melhor da comida Lyonnais. O preço é justo! Fica na 32 Rue Saint Marc.



 Entrada do Marché des Enfants Rouges

Não deixe de almoçar no Marché des Enfants Rouges, no alto Marais (ai ai ai, Marais). É o mercado mais antigo de Paris. Os parisienses adoram passar por lá no sábado, fazer uma compritcha e comer as gostosuras das barracas de comidinhas espalhadas pelo mercado. Chegamos de bicicleta e não resistimos à comilança, fomos de saladinha com queijo recheado de trufas e um risoto, também com trufas, delicioso.





Mas estou empolgado para falar da L´épicerie de Bruno, uma lojinha super bacana em um dos endereços mais descolados da cidade. A Rua Tiquetone, que é lotada de brechós hypes e outras lojas de tirar o fôlego de qualquer um que quer fugir do burburinho.

Interior da L´épicirie de Bruno

Há um ano ganhei de uma amiga uma flor de sal aromatizada com Malbec lá da lojinha do Bruno. Ela falou tão bem daquele lugar que não resisti e corri para conhecer. Quando cheguei, fiquei parecendo criança em loja de brinquedos. Não sabia para onde olhar e o que comprar. O proprietário, Bruno, tem um papo pra lá de agradável. Fiquei horas conversando, ou melhor, tentando conversar. No final das contas, uma frase composta com palavras em inglês, português, espanhol e francês é sempre compreendida. Rs

Outra vista da L´épicirie de Bruno

O cara é um pesquisador incansável de temperos. Encontrei especiarias que jamais sonhei. Queria comprar de tudo. Desde favas de baunilhas de diferentes regiões, currys mais do que variados, cardamomos gigantes, açucares aromatizados, açafrão, pimentas doces, flor de sal e mais um milhão de brinquedos, ops, temperinhos.

Saí de lá com a alma lavada e somente um café no Les 2 Moulin, no melhor estilo Amelie, me completaria. Corri pra Montmartre e não passei vontade. O Les 2 Moulin existe!

Sentia que Amelie poderia aparecer a qualquer hora para me servir!


No caminho de volta, me deliciei com a visão maravilhosa das peixarias, quitandas e padarias que só encontramos em Paris.


Olha o tamanho dessas vieiras. Pode trazer na mala?
Sinto que tenho que viajar muito para a cidade luz. Um dia ela me convence de verdade que é um dos melhores lugares do mundo!
Ufa, fim da viagem. O Brasil que me aguarde!!!




quinta-feira, 22 de setembro de 2011

LONDRES - Nada além de Hackney!

Uhuuu, Londres!
Camila Romano, eu, Marina Righetti e Vinícius de Mello no Brick Lane Market

Hospedado na casa de uma amiga/irmã antenadíssima, pude conhecer o lado B da cidade. Eu já esperava isso, Camila Romano sempre me surpreende. Nada de clichê, tanto é, que quando eu falava para outros amigos sobre Hackney, todos torciam o nariz. Realmente aquele lugar é para quem tem espírito de vanguarda.

Hackney é um bairro predominantemente negro e hoje está sendo tomado por artistas e pelo pessoal hype que vem do restante do mundo. Estúdios de arte escondidos no meio daquela paisagem sombria (que muito me encanta), pequenos restaurantes, pubs e lojinhas com muito charme. Hackney é hoje Nothing Hill dos anos 70, quando o bairro não tinha sido descoberto pelos grandes investidores e por lá circulava o pessoal bacana e descolado de Londres, que hoje migraram para o leste, buscando o underground.

Pude explorar e descobrir lugares interessantes no bairro aplicando somente a escala de vizinhança, fazendo tudo a pé ou no máximo de bicicleta.



Micro grafite que você encontra pelo bairro inteiro

Nos finais de semana acontecem os chamados ‘Markets’ de rua, que sao descendentes do tradicional ‘Borough Market’ e ‘Portobello Market’, mas com produtos e comerciantes locais, que colorem a paisagem da vizinhança.  Saíamos para comprar cacarecos, flores e muita comida.  Essa variedade cultural do bairro, na verdade de Londres inteira, é refletida nessas barracas espalhadas na rua . Arte e comida para todo lado, predominando comida Tailandesa e Indiana. Claro que queria experimentar um pouquinho de tudo e confesso que vale a pena se aventurar nessa mistura de culturas expostas daquela forma.

Barraca de pães do Broadway Market

Barraca de comida Asiática de “Brick Lane Market”

Uma dica deliciosa é a “creperia da esquina” , que assim apelidamos, pois fica a um quarteirão da casa onde estávamos,  o nome é Creperie Du Monde e  fica na esquina mais charmosa de Chartsworth Road, em Clapton, a área para onde os locais fogem quando Dalston e London Fields ficam muito popular.  Um lugarzinho super charmoso para um café, almoço rápido ou um lanche despretensioso no meio do dia. Crepes deliciosos, com ingredientes frescos, por um preço inacreditável.


Interior da Creperia Du Monde

Outro lugar que adorei foi o The Dove, um gastropub tipicamente londrino. Um lugar ainda não descoberto por turistas. A carta de cervejas e chopes é ótima, não deixando para trás o menu tipicamente londrino.  O cardápio já avisa que todas as carnes consumidas por ali são de animais criados livres de hormônios e outros “truques” da sociedade moderna.


Entradinha do The Dove - Halloumi Cheese com abobrinha, aspargos grelhados e pinólis

Prato principal do The dove: Porco grelhado com molhinho aromático de alecrim e purê de batata

Não deixe, 'pelamor',  de escutar o melhor e o mais autêntico do jazz londrino no Vortex, uma casa bacanérrima, pertinho de Daslton Juction.  Ao lado, em outro jazz venue, muito menos famoso e muito mais original, o Servant Jazz Quarters,  assistimos o show do Clorinde, um dueto com um som experimental incrível.

Fachada do Vortex Jazz Club

Despeço-me com o Clorinde, Paris me espera.


Câlins et de baisers...







 

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Capadócia - Algumas impressões



Depois de Istambul, voamos para Capadócia sentindo que seria um lugar especial. Tenho que admitir que foi um dos lugares mais lindos que já passei. Além da paisagem deslumbrante, a energia que aquele lugar emana é indescritível.

A Capadócia está no centro da Turquia e sua delimitação é historicamente e geograficamente variável. O cenário é “lunático” por conta de sua formação rochosa causada por grandes erupções vulcânicas no passado. Seus vestígios históricos são inacreditáveis, datando desde o período neolítico, passando pelo período Romano, império Bizantino, Otomano e chegando aos dias de hoje cheia de história para contar.



Variando, teríamos somente dois dias naquele lugar, mesmo assim não resistimos ao turístico passeio de balão e posso dizer com todas as letras que é I-M-P-E-R-D-Í-V-E-L. Depois almoçamos no A´laturca, um restaurante que fica em Göreme, cidade onde ficamos hospedados em um hotel caverna. Sim, o quarto fica dentro de uma rocha.



Ficamos surpresos com a qualidade do restaurante, tudo estava delicioso. Como entrada, escolhemos uma seleção de patês e conservas tradicionais com um “ar” turco. No prato principal, apelei para um filé grelhado na brasa, servido sobre finas fatias de batatas com um iogurte de alho, meu companheiro de viagem foi de peixe com um molho divino, gratinado. Para acompanhar o almoço, um céu azul turquesa e um vinho branco produzido ali na Capadócia mesmo. De sobremesa, optamos por um doce turco, infelizmente não lembro o nome. Acho que é porque não me seduziu. Era uma massinha bem aerada sem muito sabor.



Alugamos uma moto e partimos em busca de uma das cidades subterrâneas que existem na região, não tivemos muito sucesso para encontrar a cidade, mas confesso que valeu muito a pena, pois nos perdemos e fomos parar em uma micro cidade, Açigol. Parece que aquele lugar ainda não viu turistas e isso deixa tudo muito mais interessante. Descobrimos uma portinha de onde pessoas saiam com seus pães debaixo do braço. Não hesitamos em entrar e a única língua falada era turca , não foi por isso que deixamos de nos comunicar e comer uma deliciosa Pide, que é uma esfiha turca em formato de canoa. Foi assada na hora, no forno a lenha e ficou DIVINA!

Deixamos Göreme com os olhos cheios de lágrimas e uma vontade imensa de voltar. Mas, Londres nos esperava para vivermos dias bem mais interessantes do que imaginávamos.




terça-feira, 6 de setembro de 2011

Istambul - Algumas impressões



Acabo de chegar de uma viagem que vai deixar saudades, com a companhia do querido Vinícius de Mello percorri alguns lugares do velho continente. Ía discorrer tudo em um só tópico, mas resolvi fazer por doses homeopáticas.

Começando pela histórica e cosmopolita Istambul. Que Istambul é fascinante historicamente, não tem como discutirmos, carregando toda essa pompa desde o império bizantino. Com isso a história dos sabores não poderia ser diferente. Infelizmente aterrissei na cidade com essa visão romantizada do passado, querendo respirar esse mundo que só deixou vestígios, talvez mais marcantes nos livros de história, nos seus deslumbrantes monumentos e becos perdidos de uma cidade em constante movimento.



Tinha pouco tempo em Istambul, pois queria passar um tempo na região da Capadócia, que no final das contas, como sempre, foi muito pouco. Nesses poucos dias de Istambul, fomos calorosamente acolhidos por um casal de amigos turcos. Com isso, podemos sentir um pouco o dia a dia desse povo com costumes bem diferentes do nosso.


Minha primeira visita foi ao mercado das especiarias, fiquei fascinado com os cheiros e as cores, como esperado. Mas, fiquei extremamente de sorriso amarelo quando vi um lugar modificado pelo tempo, como era também esperado, não por mim, que fui esperando viver uma outra época. Deixei me levar por esses detalhes e com isso passou muita coisa, fiquei irritado com os “Tupperware” cheios de especiarias, aquele monte de plástico filme envolvendo tudo e as balanças digitais a todo o vapor. Mas estamos em 2011 e não tem como ser do jeito que eu esperava.




Tenho que admitir que um dos sabores que mais ficou marcado foi uma kafta que comi em um restaurante frequentado por locais sem nenhum charme. Estava perfeita, suculenta, saborosa, perfumada. Não vou esquecer aquilo por alguns anos.



 
Também fiquei impressionado com a quantidade de cominho usado no preparo de quase tudo, inclusive no jantar que foi oferecido pelo casal de amigos que nos hospedaram. O frango com pinolis e muito cominho, estava delicioso.


Deixei Istambul com um sorriso amarelo e a certeza de encontrar aquilo que sonhei em outra visita. Logo escrevo sobre a I-N-C-R-Í-V-E-L região da Capadócia!


Beijos e abraços temperados!