É tanta informação sobre, que não resisti em fazer um post falando da nova tendência gastronômica: a cozinha peruana. Infelizmente, sempre torço o nariz para modismos, mas no final das contas é praticamente impossível não conviver e tirar proveito dos mesmos. São mais pessoas com informações, discussões e ideias sobre um mesmo assunto.
Sempre critiquei a banalização da cozinha japonesa, mas hoje já vejo com outros olhos o tanto que foi e ainda é importante essa “mistura” em nossa cultura gastronômica. Jun Sakamoto (mesmo com seu “estrelismo”), Tsuyoshi Murakami do Kinoshita, Nao Hara do Hara sushi e muitos outros, mostram que não estão de brincadeira e calam a nossa boca depois da primeira garfada, ou melhor, palitada! Mesmo com misturas bem “abrasileiradas”. Enfim, precisei falar um pouquinho de comida japonesa para tentar expressar o que estou sentindo com a peruana. Acho que vamos ganhar muito com esse não tão recente modismo.
Achei o máximo quando o Shimo inaugurou em São Paulo e tinha como lema uma cozinha nipo-peruana. Mesmo que não era autêntica, eu sempre me encantava quando entrava naquele Japão moderninho e cheio de bossa. Coisas de Rosembaum! Foi lá também que experimentei o meu primeiro ceviche e confesso que na época estava ótimo. Não sei como anda o Shimo hoje, espero que se renove e continue inovando.
Uma pessoa importante por esse boom é o chef Gastón Acurio (o Alex Atala peruano), entrando para a lista dos melhores do mundo. Gastón Acurio possui um império de restaurantes em várias partes do mundo, um deles, o La mar cebicheria, acabou de aportar em São Paulo, estou curiosíssimo para conhecer. Com essa “expansão” de seus restaurantes, Gaston mostra a cozinha peruana para o mundo. Uma preocupação de Gaston é não ver uma cozinha peruana pasteurizada, por isso que todos os seus restaurantes são sociedade e não franquia. Sempre tem o seu dedo para manter o padrão.
A cozinha peruana tem base nas cozinhas chinesa, espanhola, japonesa, italiana, árabe e andina. Passando pelos seus guisados, frutos do mar, inúmeros tipos de batatas, milhos e outros ingredientes encontrados somente por lá. Por isso, é tão difícil reproduzir essa cozinha fora do Peru. Mas a adaptação é valida, gerando sempre o novo.
Essa semana uma amiga me convidou para fazer um jantar e tivemos a ideia de arriscar um menu com “pegada” peruana. A principal dificuldade são os ingredientes, principalmente os pescados. Adaptação de um lado e de outro, menu decidido:
Amuses
Batata doce com açafrão e flor de sal, vieras grelhadas com iogurte aromático e tomatinho com creme de abacate |
Cebiche de salmão, com cebola, coentro, pimenta dedo de moça e leite de tigre |
Prato principal:
Cordeiro servido com redução de tangerina e polenta rústica |
Sobremesa:
Suspiro limeño: Doce de leite com merengue de vinho do porto |
Gostei de tudo, menos da sobremesa. A receita do doce de leite pedia uma quantidade estranha de gemas. Da próxima vez eu coloco um pouco menos, acho que ficaria melhor.
Beijos e abraços Temperados.
as vezes me dá uma raiva de vc!! ainda mais qunado nao me convida. humpf! #fikadika
ResponderExcluirGente, que delicia ler seu blog. Alem de saboroso e' leve e divertidissimo! To muito orgulhosa de vc amore!
ResponderExcluirSnto dizer - a ultima vez que fui a Shimo (faz tempo) estava muito ruim, reclamei até porque tinha levado uns amigos de fora, eu curtia muito aquele lugar. Agora, a culinária praticada no La Mar esta impecável.
ResponderExcluirAbraços
W
Ps- dá para compartilhar a receita das batatas doces? Estou babando nelas do lado de cá.
Wair, preciso ir ao La Mar. Está na listinha da próxima visita a São Paulo. Triste saber que o Shimo está ruim. Quanto as batatas doces, foi o preparo mais fácil do jantar. Cozinhei as batatas com sal e pimenta (só pra aromatizar) e depois servi com o açafrão e flor de sal. ;)
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