Não é só de conceito e novidade que vive uma cozinha. Não estou falando da nova onda “Comfort food”, mas a carapuça também serve. Estou falando de quando dá aquela vontade danada de comer pizza de tomate seco com rúcula, filé Chateaubriand, carne seca com abóbora, queijo com goiabada e tantas outras combinações que permeiam nossas memórias e paladares. Bobo que sou, às vezes tenho vergonha na hora de servir alguma dessas. Não deveria! Faz parte da nossa história e a maioria dá muito certo.
Divaguei um pouco para falar de um jantarzinho que servi em casa um dia desses. Dia que amigos ligaram querendo ir para casa beber e conversar um pouquinho. Como sempre, fico atiçado e tenho que correr para cozinha. Mas esse dia eu queria curtir um pouco mais a mesa. Portanto, procurei ser prático e veio em minha memória um monte de receita pronta e combinações clichês que eu ainda gosto.
Tentei não perder tempo no supermercado e me virar com o que tinha na despensa e geladeira. Só tive que passar na quitanda e pegar algo para a salada. Sorte a minha, encontrei uma folhinha de beterraba baby linda e outros ingredientes que no final quase saiu uma Salada Waldorf, só que reinventada. Simples, rápido e bem gostoso pelo contexto:
Tinha um linguado na geladeira e lembrei-me de um risoto que um amigo me pedia para fazer há tempos. Voei para o clichê e fiz linguado em crosta de castanhas, acompanhado de risoto de pêra com gorgonzola:
Pessoal, posso me esconder debaixo da mesa agora? Servi sorvete na sobremesa! Eu odeio ir a um restaurante e tomar sorvete no lugar de sobremesa. Olho até com preconceito o cardápio que estampa o gelado em sua seção “Desserts”. Mas (tentando justificar), aqui na minha cidade, Ribeirão Preto, tem uma sorveteria bastante tradicional e com uma qualidade incrível, difícil de ser encontrada em muitas outras por ai. O sorvete de lá é ótimo, sem nenhum conservante e outros aditivos dos tempos modernos. Apelei para o sorvete de goiaba, que pra mim, é o melhor de lá. É a própria fruta em outro estado. Servi com queijo cremoso e hortelã. Apesar de simples, ficou ótimo:
No final das contas, pude aproveitar um pouco mais a conversa agradável, todos os meus camaradas em volta da mesa e comer pratos que estava com vontade e não fazia há tempos.
Beijos e abraços temperados!!!
Você realmente considera clichê servir boa comida ao amigos, mesmo que esta nao seja criativa nem se baseie nos ditames em voga? Já comi esferificacoes, espumas, quentes/frios no mesmo copo, frágeis estruturas equilibradas sobre pratos imaculadamente brancos, toda sorte de criações ditas originais e modernas. Infelizmente rarissimas suplantaram a lembrança do cuscuz materno ou do quibe cru perfeito executado por minha avó. Em suma: relaxe.
ResponderExcluirAbraço,
W
Então, os pratos são clichês, mas os encontros nunca. hehe Concordo com vc quanto as "ideias inovadoras", dificilmente superam lembranças do nosso paladar. Comida de Mãe e Vó não contam...rsrsrs Abração querido
Excluirse não tiver ninguem pra servir os clichês, pode me chamar... não tenho preconceito!
ResponderExcluirehehe
Saudade de você ow!
Você já presenciou vários momentos desses...rs Saudades também!!!
ResponderExcluirPratos lindos e saboroso.
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